sábado, 8 de setembro de 2007

UNIVERSO DO CONTEÚDO - Felipe Morais.

“A popularização dos Personal Computers (PCs) impôs o universo de conteúdo, uma vez que milhares de pessoas podem produzir vídeos, fotos, jogos, músicas, sites e softwares”.
Trecho do livro A Cauda Longa, de Chris Anderson.


A internet hoje é movimentada por conteúdo. A parte principal desse conteúdo é aquela feita pelo usuário. A Cauda Longa é um efeito desse fenômeno participativo, afinal, cada usuário pode publicar o que quiser, abrindo diversos nichos na internet. Isso causa fortes mudanças na forma como se consome publicidade e produtos na internet.

Há cinco anos, Bill Gates veio a mídia dizer que os blogs seriam uma das maiores ferramentas de comunicação do planeta. E ele estava certo.Hoje, pessoas estão ganhando muito dinheiro com blogs ao compartilhar idéias, artigos, vídeos e fotos. Blogs como Cocadaboa e o Interney – que falam de humor e comunicação respectivamente - são exemplos de sucesso de receita gerada a partir do oferecimento de conteúdo focado em nichos específicos.

Isso é um exemplo da Cauda Longa, onde empresas menores começam a entrar em grandes mercados, apostando em pequenos nichos ou pequenos grupos de pessoas que estão atrás de diversos assuntos.

O Google que hoje é a marca mais valiosa do mundo, superando gigantes tradicionais como Coca Cola, Microsoft, IBM e McDonalds, conquistou a liderança mundial da Internet apostando nesse conceito: explorando a Cauda Longa da propaganda e oferecendo a sua ferramenta de busca natural para que empresas anunciem por centavos e só paguem por resultados.

O fenômeno do You Tube é semelhante. Apostando em uma forma muito simples de permitir que as pessoas publiquem seus vídeos, seu conteúdo cresceu exponencialmente. Em menos de 18 meses no ar, o site passou a valer 1,65 bilhões de dólares, valor pago pelo Google na sua compra.

Outro bom exemplo da força do usuário na geração de conteúdo são as redes sociais. Diversas empresas brasileiras tentam se aproveitar do sucesso do Orkut criando suas comunidades ou até mesmo sites similares.

Elas esperam usar esses recursos como ferramentas de marketing para pesquisas ou estratégias. Elas deixam que os usuários falem e interajam com a marca e viralizem suas campanhas, pois sabem que um blog ou uma comunidade no Orkut tem mais poder de influenciar o consumidor do que uma campanha de publicidade convencional. Afinal, o consumidor está cada vez mais exigente, está buscando na web informações sobre produtos e marcas.
Essa exigência do consumidor somada ao fenômeno da Cauda Longa explica o crescimento de sites comparativos de preços, como buscapé, bondfaro, shopping uol, terra compras (O Google tem o seu comparativo, mas ainda não disponível no Brasil). Esses sites se baseiam na avaliação dos próprios consumidores para recomendação de produtos. A Amazon.com, que é um ícone do comércio eletrônico, abusa desse recurso. Alguns de seus usuários já se tornaram referência para compra de determinados produtos.

Em resumo, a Cauda Longa é uma teoria onde demonstra que o usuário – que já é um produtor de conteúdo – pode produzir o que bem entender na internet, pois haverá sempre um nicho de mercado ou um pequeno grupo de pessoas interessadas nesse conteúdo, e ai, basta que esse usuário saiba como gerar interesse de patrocinadores para que essa sua produção lhe gere retorno financeiro.

O poder foi dado aos usuários. As empresas que se cuidem.

Felipe Morais, publicitário, pós-graduado em planejamento estratégico e especialista em planejamento de comunicação é planejamento e mídia online da agência CappuccinoHZTA.

Nenhum comentário: