terça-feira, 22 de abril de 2008

Jean-Paul Jacob e o futuro próximo nas perspectivas da cybercultura.


Tomei a liberdade de reproduzir aqui matéria publicada no site http://www.offline.com.br/ a qual nos fala do trabalho do Prof. Dr. Jean Paul Jacob. Apesar do nome franco-hebraico, trata-se de um brasileiro de 71 anos que consegue conciliar a genialidade acadêmica de um professor da Universidade da Califórnia - Berkeley, com a pujança profissional atuando no centro de pesquisas da IBM na cidade de Almadén, no Vale do Silício.


Formado pelo ITA com duplo PHD em Matemática e Eletrônica, é uma lenda viva que tornou-se conhecido nos últimos 50 anos por suas previsibilidades tecnológicas que anteciparam o futuro em pelo menos dez anos, por exemplo, utilizando um protótipo do telefone celular muito antes dele se tornar meio de comunicação de massa, ou ainda antecipando o surgimento dos computadores portáteis, câmeras digitais e eletrodomésticos inteligentes ainda na década de 80.


Uma dica que ele dá aos interessados no estudo da cybercultura é que a bola da vez se encontra na utilização do conhecimento dos usuários da web, canalizando-os paa objetivos específicos conforme a necessidade em cogitação, dominando as mais variadas ferramentas da web 2.0 como os blogs, wiki e outros canais onde ambos os interlocutores experimentam alto grau de interatividade. Imaginem, por exemplo, o quanto poderia revolucionar o mercado o aprofundamento de canais cada vez mais amplos e personalizados onde cada consumidor pudesse ser ouvido na medida em que fosse obtendo respostas às suas dúvidas e desejos.


Ainda o fenômeno do long tail se faz presente no desenvolvimento tecnológico na medida em que os produtos estão sendo pensados de forma a explorar os nichos de consumidores definidos, e cada vez mais aprofundando esta tendência, uma vez que os projetos que se transformam em produtos ou serviços não abordam simplesmente uma identidade simbólica, por exemplo, grifes que exploram uma determinada temática, mas em função da interatividade pode envolver-se e sentir o consumidor, apurando cada vez mais suas ferramentas de pesquisa, compreendendo o que se passa na cabeça de quem compra determinado produto ou serviço antes da compra, durante o consumo e momento posterior.


Neste sentido ele nos dá um exemplo muito bem plausível: a Wikipédia desbancou totalmente a Enciclopédia Encarta da Microsoft e a WordBook da IBM.

Divritam-se... e aproveitem as idéias do Prof. Jacob.


Douglas Gregorio::

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O relatório de 2008, editado pelo NMC: The New Media Consortium, com a participação de Jean Paulo Jacob (veja entrevista com o guru na OFFLINE nº 1), traz as cinco tecnologias que prometem transformar a educação nos próximos anos. Vale conferir.


Vídeos em massa.

Virtualmente qualquer um pode capturar, editar e compartilhar vídeos curtos, utilizando equipamentos baratos (como telefones celulares) e softwares gratuitos ou de baixo custo. Os sites de compartilhamento de vídeo continuam a crescer em taxas prodigiosas na Internet; é muito comum encontrar clipes noticiosos, tutoriais e vídeos informativos, ao lado de musicais e produções caseiras de cunho pessoal, que dominam o conteúdo desses sites desde seu surgimento. O que costumava ser difícil e caro, e freqüentemente requisitava servidores e redes de distribuição de conteúdos especiais, agora se tornou algo que qualquer um pode realizar por uma ninharia. Os serviços de hospedagem oferecem decodificação, infra-estrutura, serviços de busca e mais, deixando o produtor se preocupar apenas com o conteúdo. A customização das marcas tem possibilitado a instituições ter sua própria presença dentro destas redes e deve incendiar um crescimento rápido entre organizações focadas no aprendizado que querem que seu conteúdo esteja onde os espectadores estão.


Web colaborativa.

A colaboração não mais exige equipamentos caros e nem muita especialização. As novas ferramentas para o trabalho colaborativo são menores, flexíveis e grátis e não requerem instalação. Basta abrir os navegadores para editar documentos em grupo, tomar parte em encontros online, trocar dados e informações e colaborar de inúmeras formas, sem sair da cadeira. As interfaces de programação aberta permitem aos usuários ajustar as ferramentas às suas necessidades e então partilhá-las.


Banda larga móvel.

A cada ano, mais de um bilhão de novos aparelhos móveis são fabricados, o que significa um telefone para cada seis habitantes do planeta. Neste mercado, inovação está ocorrendo num ritmo sem precedentes. As capacidades estão aumentando rapidamente e os preços estão se tornando mais acessíveis. De fato, os celulares estão se tornando rapidamente a plataforma mais acessível por estarem em rede e em movimento.
Novos mostradores e interfaces tornam possível acessar por meio deles praticamente qualquer conteúdo na Internet - conteúdo que pode ser entregue tanto por uma rede de telefonia de banda larga, como por uma rede local sem fio.


Junção de dados ("data mashups").

Aplicações customizadas onde combinações de dados de diferentes fontes são congregadas em uma única ferramenta - oferecem novas formas de olhar e interagir com coleções de dados. A disponibilidade de grandes quantidades de dados (desde padrões de busca ou ofertas de imóveis ou tags de imagens do Flickr) estão convergindo com o desenvolvimento das interfaces de programação abertas para redes sociais, mapeamentos e outras ferramentas. Em contrapartida, isto está abrindo as portas para centenas de junções de dados que irão transformar a maneira como entendemos e representamos as informações. Inteligência coletiva. O tipo de conhecimento e entendimento que brota de grandes grupos de pessoas é a inteligência coletiva. Nos próximos anos, veremos aplicações educativas tanto para inteligência coletiva explícita - evidenciada em projetos como a Wikipedia e as tags de comunidades -, como para inteligência coletiva implícita, ou agrupamentos de dados das atividades repetidas por muita gente, incluindo os padrões de buscas, as localizações de celulares, fotografias digitais geocodificadas e outros dados obtidos passivamente. As junções de dados irão trabalhar sobre essas informações para expandir nosso entendimento sobre nós mesmos e sobre o mundo mediado pela tecnologia em que vivemos.


Sistemas operacionais sociais.

O ingrediente essencial da próxima geração de redes sociais serão os sistemas operacionais sociais que serão a base da organização das redes em torno de pessoas, mais do que de conteúdos. Esta simples mudança conceitual promete profundas implicações para o mundo acadêmico e para todas as maneiras como concebemos conhecimento e aprendizagem. Os sistemas operacionais sociais darão suporte a novas categorias de aplicações que tecem conexões implícitas e pistas que deixamos em todos os lugares, enquanto seguimos com nossas vidas e as usamos para organizar nosso trabalho e nosso pensamento em torno das pessoas que conhecemos.


A íntegra do estudo está em www.nmc.org/pdf/2008-Horizon-Report.pdf (em inglês).

Um comentário:

Hess disse...

mais do que um futurólogo, Jean-Paul é um palestrante genial!
sempre foi uma experiência única assistir aos shows bem-humorados que ele dava nos congressos da SUCESU, sempre!!